Tão ingênua
Quando eu fiz o meu primeiro blog eu sabia exatamente o que eu pretendia com ele. Ter as palavras ao meu favor, contando tudo aquilo que acontecia e que ninguém havia observado pelo meu ponto de vista era simplesmente perfeito. Sabe aquela briga que você estava disposta a entrar mas desistiu e ficou com o gritos entalados na garganta? Pois é, aqui você podia gritar tudo o que queria (e até um pouco mais). Ou não apenas uma briga como todo o resto que era importante ou interessante.
Qualquer coisa podia ser contada do meu jeito. Eu podia aumentar, diminuir, dar os fatos e nomes reais... Ou não. Podia escrever sobre contos, histórias e sonhos. Coisas da minha imaginação, que eu queria apenas compartilhar.
E sempre foi muito bom ter esse escape sempre a disposição.
Até que um dia não foi mais. Eu precisei tomar cuidado com as palavras - aquelas mesmas palavras que sempre estavam ao meu lado passaram a também estar contra mim - para ter certeza que não as enviaria em um caminho sem volta a leitores que sabiam muito bem o que estavam lendo e que talvez não gostassem tanto assim ou tivessem suas próprias versões sobre o assunto em pauta.
Restringir o único meio que você tinha de colocar tudo para fora não é exatamente o melhor jeito de fazê-lo, certo?
Até que um dia não foi mais. Eu precisei tomar cuidado com as palavras - aquelas mesmas palavras que sempre estavam ao meu lado passaram a também estar contra mim - para ter certeza que não as enviaria em um caminho sem volta a leitores que sabiam muito bem o que estavam lendo e que talvez não gostassem tanto assim ou tivessem suas próprias versões sobre o assunto em pauta.
Restringir o único meio que você tinha de colocar tudo para fora não é exatamente o melhor jeito de fazê-lo, certo?
Então foi assim que cheguei aqui, neste ponto. E agora preciso decidir se tenho algo a dizer ou se vou me calar para sempre.
Meu nome é Renata, sou carioca e tenho vinte e três verões de vida.
